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DIABETES, TECNOLOGIAS E AUTOCUIDADO

DIABETES, TECNOLOGIAS E AUTOCUIDADO As Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) já se configuram como um dos maiores desafios de saúde e desenvolvimento em todo o mundo. As doenças cardiovasculares, câncer, diabetes e doenças respiratórias crônicas são responsáveis por cerca de 70% das mortes no mundo. Fatores como envelhecimento populacional, urbanização, transição epidemiológica e nutricional e a maior sobrevida das pessoas afetadas, têm contribuído para o aumento da carga global das doenças crônicas.

No contexto desta nova epidemia das doenças crônicas, merece destaque o diabetes, tanto por conta da alta mortalidade associada, como também pela elevada morbidade, com desfechos que podem acarretar importante perda da qualidade de vida. Relacionado diretamente com o metabolismo da glicose, o Diabetes é, na atualidade, uma das principais causas de cegueira, insuficiência renal, constitui-se como um importante fator de risco para as doenças cardio e cerebrovasculares em geral e é a principal causa de amputação de membros no Brasil.

O diabetes expõe ao sistema de saúde brasileiro desafios que precisam ser enfrentados, como o subdiagnóstico da doença, o acesso ao tratamento e às tecnologias de monitoramento. Recentes publicações da Organização Mundial da Saúde apontam quase 32% de indivíduos com diabetes não diagnosticados no Brasil. Este dado merece especial destaque, uma vez que é possível, com as tecnologias atualmente disponíveis, monitorar e controlar a glicemia, garantindo assim uma boa qualidade de vida para quem convive com a doença.

O automonitoramento do nível de glicose do sangue por intermédio da medida da glicemia capilar é considerado uma ferramenta importante para seu controle, sendo parte integrante do autocuidado das pessoas com diabetes mellitus insulino- dependentes, tendo revolucionado seu manejo. Esse método é bastante útil na avaliação do controle glicêmico, de modo complementar à dosagem de hemoglobina glicada, permitindo que os próprios pacientes identifiquem a glicemia capilar em diversos momentos do dia e corrijam rapidamente picos hiperglicêmicos ou episódios de hipoglicemia.

Atualmente, o automonitoramento pode ser utilizado por indivíduos com todos os tipos de diabetes, com frequências variadas de aferição. O uso desta tecnologia contribui para a redução do risco de hipoglicemias e amplia a compreensão sobre o efeito dos diversos alimentos, do estresse, das emoções e dos exercícios sobre a glicemia. Além disso, pode ser útil na tomada de decisões sobre a dose de insulina a ser ministrada. Permite, ainda, ajustes de medicamentos de maneira retrospectiva, nas consultas médicas, com base nos resultados obtidos ao longo de semanas e meses, registrados manualmente ou transferidos diretamente para um computador através de softwares específicos.

O enfrentamento do diabetes portanto, requer a garantia de acesso às novas tecnologias, cada dia mais amplamente disponíveis. Mas não deve se restringir somente a este aspecto. Devemos desenvolver estratégias para que cada indivíduo que vive com diabetes possa ter um papel ativo no próprio tratamento, uma vez que grande parte do controle da doença é feito através da adoção de hábitos de vida mais saudáveis, monitoramento e cuidados que o próprio indivíduo necessita adotar.

Fonte: Super Saudável
Data: 02/05/2024